sábado, 24 de maio de 2014

Paneleirices

O Expresso saiu ontem. Por causa das eleições no domingo, o Expresso saiu na sexta-feira. Isto estraga o sábado a um homem. Aquela sensação de liberdade de sair, sem compromisso, para comprar aquele saquinho de plástico muito feio, voltar a casa, pôr uma gaja sexy qualquer a tocar, tirar tudo do saquinho de plástico, deitar fora o que não interessa, ir directo ao Miguel Sousa Tavares, ao Henrique Raposo, ao Martim Avillez Figueiredo, ao Pedro Mexia e só depois ler o resto. Devagar. Essa sensação foi arruinada pelas eleições livres - esse procedimento administrativo, carregado de burocracias, polícias, segurança, juntas de freguesia, comissões nacionais e o raio que os parta, mas que deve ser preservado. Resta-me, para tentar manter os hábitos relativamente intactos, ir a casa da minha irmã. Senhora dos seus quase quarenta, mais que grávida de uma menina que nascerá no mês que vem. E ler lá o Expresso a meias com ela. E pôr uma gaja sexy qualquer a tocar na aparelhagem.

Um sábado feliz a todos. Isto é, aos quatro ou cinco gajos que até agora vêm cá ler isto.

O estranho mundo de alguns homens

"O grande perigo, neste momento difícil e sem chá que atravessamos, é a proliferação de uma nova categoria de sem-categorias, já imortalizada na tela por Eduardo Batarda, um dos poucos bons pintores portugueses que têm chá. Quem são? São os grunhos. Nem é caso para dizer: «Vêm aí os Grunhos!», porque o aviso seria em vão. Em boa verdade, os grunhos já cá estão.
O que é um grunho? É uma criatura que logrou escapar ilesa do choque civilizacional. Em termos darwinianos dir-se-ia que, em tempos de crise de chá, a selecção natural favorece o afloramento explosivo dos velhos genes recessivos bárbaros. Um gruno é um bárbaro, adequado à selvajaria contemporânea. Entre os leitõezinhos da Bairrada, irrompe hoje o grunho como se fora um javali.
Não se pode sair de casa sem deparar com um. Nas cidades de Portugal, grassam grunhos às manadas e matilhas. Longe vão os tempos em que se restringiam às matinées do Politeama. Há muito que invadiram os próprios palácios da alta cultura. Hirsutos e rotundos, loquazes e extremamente afectuosos, os grunhos são o pessoal da almoçarada e do «estás-mesmo-bom?».
Para quem tem chá, são a definição axiomática do gajo. Para que não tem, são para além de gajos, porreiros. Quando alguém diz que alguém é um gajo porreiro, devia acender-se no tablier mental de qualquer indivíduo avisado, em grandes letras luminosas: «ACHTUNG! GRUNHO"». Outras descrições perigosas são: «Tens de conhecer o Messias - é o sal da terra» ou «É um diamante em bruto» ou «É um bocado tosco, mas é uma jóia».
Os grunhos estão sempre bem dispostos e nunca sofrem, porque faz parte da ontologia do gruno não ter vida interior. Num restaurante de Lisboa, poucos dias depois do acidente de Chernobyl, ouvia-se um grunho a perguntar ao criado, enquanto abafava grossas gargalhadas: «Ouça lá - este cherne é fresco ou é "óbil"?. Veja lá - é que no outro dia serviram-me umas lulas tão radioactivas que bastava mexer-lhes nas patas para apanhar o FM da Renascença!».
São os grunhos que inventam as «últimas anedotas» que se supõem irrefutável do génio humorístico português. As anedotas são as maneiras deles se sentirem superiores a alguém. Depois de as contarem, explicam-nas até à exaustão («Cherne é óbil, Chernobyl, estás a ver? Foi aquele sítio lá na Rússia onde rebentou uma bomba nuclear, ou lá o que é»). Passada uma semana, contam-nas novamente.
Que mais coisas faz um grunho? Coloca o saquinho vazio do açúcar entre a chávena da bica e o pires (porque o asseio dos grunhos é mais objectivo que pessoal). No cozido à portuguesa, prefere aquelas partes do porco mais facilmente identificáveis. Os bifes são sempre comidos muito bem passados. Compra livros como O Erotismo no Cinema, revista como a Photo e L'Echo des Savane (BD com «gajas nuas») e julga que a literatura mundial atinge o grau máximo de complexidade filosófica com Milan Kundera."

Miguel Esteves Cardoso, in A Causa das Coisas

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Cenas #1

Alguém tem noção qual é a "palavra" mais ouvida no metro?

...

'Cença'.
Adoro.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Despedida de Solteiro

Na sexta-feira passada fui à despedida de solteiro do meu cunhado. Só tenho duas palavras, ME-DO.

Há malta que definitivamente não se devia casar, sem conhecer outras passarecas, ou até mesmo tocar noutras maminhas. Este meu cunhado, é um amor de pessoa. Simpático, bem parecido, bom falante. Mas no que diz respeito a mulheres, o gajo é um conas. E portanto, um gajo conas, tem amigos da mesma estirpe.

Depois de jantar, já tudo tinha pinguinhas nas cuecas. E lá fomos para um strip. Quando entraram, parecia que tinha tocado para o intervalo. Crianças autenticas.

Escolheu-se efectivamente um canhão. A gaja roçou-se bem. Mexeu-se toda. E deu cabo do gajo. No momento que lhe esfrega com as mamas na cara, o homem ganhou vida. 

No final, com um cheiro a "água de conalia" pediu:

- "Não digas nada disto à minha irmã, por favor. Mas isto é a loucura. Como é que me vou casar para a semana?".

Encolhi os ombros. Mas efectivamente, este gajo vai-se arrepender. Este ainda tinha muito mundo por descobrir e coisas a aprender.

No domingo, em jantar de familia, todos queriam saber onde estivemos. O meu cunhado, visivelmente agastado e com ar comprometido, quase que vacilou. Com calma, resolvi a questão.

Aguarda-se novos capítulos...

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Tudo a saltar... Tudo a saltar...

Só vejo é melões saltitantes...

Prometo que não falo mais disto.

O admirável cérebro masculino

Ela: E hoje joga o Benfica. Mas preciso de tratar daquele processo que me deste... o julgamento não vai ser nada fácil.
Eu: Sim, mas pode ser que dê para safar.
Ela: Sim, eu sei, mas tenho de o preparar decentemente, não quero ir para lá e correr riscos em frente ao cliente.

Silêncio

Eu: Mas, sim, não vai ser nada fácil.
Ela: O julgamento?
Eu: Qual julgamento? Sem o Enzo no meio campo, pá. Aquilo vai ser um problema.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Um post de futebol

Não é fácil começar um blog. Nem tão pouco conseguir a atenção da malta que por aqui passa. Percebo-vos perfeitamente. O vosso pensamento é logo "Olha estes cromos, que estão com a tesão do mijo". Garanto-vos que tesão há, mas não é do mijo.

Há por aí uma quantidade de chorões, que passaram o dia de ontem a fazer publicações sobre a merda das faixas, que apareceram nas bancadas do jogo do Sporting. Eu percebo a novela #somostodosmacacos. Não percebo a cena do #temosdeapoiarsempreumclubeportuguês. Ainda para mais, quando em 2004, os meninos do coro, exibiram tarjas a favor do Mónaco. Como Portista. Não gostei. Mas caguei. E de facto adorei ainda mais, quando a taça chegou à cidade invicta. Há diferença entre clubes com mentalidade ganhadora e os outros. Há clubes que vão às finais para as ganhar. Outros que vão para os sócios gastarem dinheiro e ficar no primeiro dos últimos..

Acima de tudo, estão os interesses nacionais.
E o Beto tem de estar preparado para o mundial.
Força Beto.